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Salary Cap: A Implantação do Teto Salarial na NHL, Sua Evolução e Consequências

Nesse novo artigo do projeto Guia Do Hockey, tratamos acerca da criação deste imprescindível instrumento de controle de gastos salariais que atualmente vigora na NHL. Acompanhe como se deu a negociação coletiva que vivenciamos na temporada 2004/05, as consequências de sua implantação, as alterações realizadas, entre outros temas históricos que são consideravelmente relevantes nesse primeiro momento.[...]


Era Pré-Locaute
Terminada a temporada 2003/04, começaram negociações entre a NHL, liderada por Gary Bettman (comissário geral), e a NHLPA (associação de jogadores), liderada por Bob Goodenow (diretor executivo) para tentarem reduzir o que os clubes gastavam com salários, que na época já estava atingindo quase 80% da receita.

Foram 6 as propostas apresentadas pela NHL para a NHLPA, mas nada de chegarem em um acordo comum. Um dos grandes episódios durante as negociações foi quando Goodenow, apoiado pela Forbes, divulgou que o prejuízo que a liga estava tendo, era a metade do que Bettman havia indicado. A NHLPA se recusava a submeter seus clientes (os jogadores), a qualquer forma de teto salarial, dizendo que eles deveriam se submeter apenas às regras de mercado.

Após vários meses de negociação, Bettman anunciava em 16 de fevereiro de 2005, que a temporada 2004/05 estava oficialmente cancelada, pois não haveria mais tempo para se chegar a um acordo entre as partes e ainda organizar a temporada. A opinião pública se voltou totalmente contra a NHLPA, acusando a entidade e seu líder, Goodenow, como principais responsáveis pelo cancelamento da temporada.

O locaute teve fim após 310 dias, com NHL e NHLPA, alcançando um acordo onde os jogadores teriam direito a 54% das receitas dos clubes e tendo a partir de então contratos garantidos. Estava também instituído o teto salarial, que para a temporada próxima, 2005/06, seria de US$ 39 milhões, com um piso mínimo de 55% desse valor, US$ 21.45 milhões. Não haveria nenhum tipo de regra onde os clubes pudessem “burlar” o teto salarial, ficando a única exceção o “Bonuses Cushion”, onde os clubes podem exceder o teto salarial em 7.5%. Apenas jogadores em ELC (Entry Level Contract), jogadores com 35 anos ou mais ou jogadores com mais de 400 jogos e que tenham passado mais de 100 dias em LTIR (Long Term Injured Reserve) poderiam ganhar “Bonuses”. Ressalta-se que nestes dois últimos casos, “bonuses” só podem ser ganhos se o contrato for de apenas uma temporada, do contrário também são inelegíveis. Também ficava definido que o limite máximo que um jogador poderia receber seria de 20% do teto salarial em vigor. A partir deste momento, a NHL que era a única grande liga profissional americana sem um “Salary Cap”, passava a ter controle maior sobre os mega contratos que vários jogadores “não-provados” estavam ganhando devido à liberdade salarial.

Primeiras Alterações e o Salary Cap aumentando

Antes do início da temporada 2006/07, o Salary Cap havia sido definido em US$ 44 milhões, mas o valor mínimo que os clubes deveriam gastar com a folha salarial, não seria mais de 55% deste valor, passando a vigorar a regra “teto-16”, significando que o piso salarial seria então US$ 44 milhões – US$ 16 milhões, resultando em US$ 28 milhões.
Nos anos seguintes, o Salary Cap teve grandes aumentos:

2007/08 – máximo de US$ 50.3 milhões e mínimo US$ 34.3 milhões
2008/09 – máximo de US$ 56.7 milhões e mínimo US$ 40.7 milhões

Para a temporada 2008/09, houve duas alterações, com a aprovação do “fator 5%”, que em face à crescente receita operacional dos clubes, elevou o valor que os jogadores recebiam que antes era de 54% das receitas e a partir de então seria de 56% das receitas e não haveria “Bonuses Cushion” nesta temporada.

2009 e a Crise Econômica chega à NHL

A grande crise econômica que assolou o mundo durante 2009, também alcançou a NHL. Se o fator 5% não fosse novamente aprovado, a temporada 2009/10 seria a primeira onde o Salary Cap teria uma queda, mas com a permanência do fator, houve um ligeiro aumento, sendo estabelecido o valor máximo de US$ 56.7 milhões e o mínimo de US$ 40.7 milhões.
NHLPA aprovaria a volta do “bonuses cushion”, visando permitir que seus clientes (jogadores), não perdessem mercado, pois na temporada anterior, vários jogadores só conseguiram emprego em clubes europeus.

Temporada 2010/11

Para a próxima temporada, fator 5% e Bonuses Cushion permanecem válidos e o Salary Cap teve um bom aumento, passando o teto máximo para US$ 59.4 milhões e o mínimo US$ 43.4 milhões.

2012/13 e uma nova CBA: locaute?

A atual CBA (Collective Bargaining Agreement) terá sua validade findada ao término da temporada 2011/12, e com isso o grande medo de um novo locaute vem à tona. Algumas informações de bastidores dizem que o novo Salary Cap pode ser de US$ 48 milhões. Na prática isso significará que muitos, senão a totalidade dos clubes da NHL, terão muitos problemas para montar um elenco. Contratos em vigor poderão ter que ser renegociados para se adequarem e aqui é o grande X da questão e onde reside a grande força do fantasma do locaute ressurgir.

Outro ponto que certamente deverá alcançar discussão serão os contratos garantidos. Muitos jogadores assinam “grandes contratos” após uma boa temporada e depois simplesmente “somem”. Os clubes certamente procurarão algum meio mais eficiente para se prevenir deste tipo de percalço do que o “buy out” (rescisão contratual), pois este conta contra o Salary Cap.

Finalizamos aqui mais um artigo para o Projeto Guia do Hockey. A tendência é que a partir dos próximos artigos aprofundemos ainda mais nossos conhecimentos sobre, as regras aplicadas na National Hockey League, o seu Salary Cap, dentre outros assuntos.

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